Império Árabe




 

Mapa da expansão dos califados árabes.

  Expansão até à morte de Maomé, 622-632
  Expansão durante o Califado Ortodoxo, 632-661
  Expansão durante o Califado Omíada, 661-750






expansão árabe mulçumana (632–732), (em árabe فتح, Fatah, literalmente "fechadura") também chamada de conquistas islâmicas ou conquistas árabes, começou logo em vida do profeta Maomé. Ele havia estabelecido uma nova organização política unificada na península Arábica, a qual, sob o subsequente domínio dos califas dos califados Ortodoxo e Omíada, experimentou uma rápida expansão do poder árabe para muito além da península, sob a forma de um vasto Império Árabe muçulmano, com uma área de influência que se estendia do noroeste da Índia, através da Ásia Central, o Oriente MédioÁfrica do Norte Península Ibérica.

Maomé e a origem do Islã

O Islã é uma das três grandes religiões irmãs que surgiram "dos  povos do Livro" ( a Bíblia) através da promessa que o Deus do povo Hebreu fez a Abraão: "Farei tua descendência tão incontável quanto as estrelas do céu". Assim, surgiram o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. O povo Árabe é descendente de Ismael, filho de Abraão com sua serva Hagar. 


Estabeleceu-se que todo o comportamento muçulmano ( verdadeiro crente) deveria se pautar não só pelo próprio Alcorão, a palavra de Deus (Alah), mas também pela prática de pregação do profeta, que era preservada sob a forma de tradições (hadiths). Os hadiths foram produzidos após a suna, isto é, as lembranças do profeta, e abrangiam todos os pensamentos e aspectos da vida de Maomé. Seriam considerados uma fonte digna de crédito, mas com o decurso do tempo e a falibilidade da memória humana, surgiram dúvidas quanto a autenticidade dos hadiths, que eram obras transmitidas oralmente.

O período após a morte de Maomé é marcado por um intenso desenvolvimento do Islã: surgem novos conceitos e novas ordens sociais, políticas, religiosas, etc.

A perseguição aos muçulmanos em Meca, por parte dos opositores a Maomé (que eram contra a sua doutrina por motivos econômicos, religiosos e políticos), fez com que ele se exilasse em Medina. Iniciou-se, então, a “Hijra”, a migração de Maomé de Meca até Medina. Aqui, constitui-se um ponto de viragem no calendário islâmico (632 d.C): em Meca, Maomé era um cidadão simples, que se submetia à ordem existente e pregava o Islã, enquanto que, em Medina, ele era o magistrado supremo que governava a comunidade islâmica e botava o islamismo em prática. Tal mudança afetou as doutrinas, as atividades e o caráter tanto do profeta quanto do Islã. Em Medina, Maomé era muito poderoso: podia se proteger e proteger os seus discípulos contra qualquer oposição violenta. Lá, as instituições políticas se consolidavam. Ao tomar consciência de que uma doutrina religiosa, seu verdadeiro objetivo, necessitava do apoio de um corpo político, passou a agir politicamente e, através de uma diplomacia hábil, transformou sua força política numa autoridade religiosa.

O surgimento da “Umma”, a comunidade islâmica, constituiu uma evolução da cidade pré-islâmica, marcando o primeiro passo na vida da autocracia islâmica: ela confirmava a organização e os costumes tribais mas, em seu seio, todas as decisões estavam submetidas ao poder de Maomé, que exercia suas funções não por forca de uma autoridade, mas por uma absoluta prerrogativa religiosa. Portanto, a “Umma” tinha um duplo caráter: era um organismo político, uma espécie de tribo nova, e tinha um significado religioso, pois constituía uma comunidade religiosa, ou seja, uma teocracia. Os objetivos políticos estavam associados aos religiosos, sendo esse dualismo inerente à sociedade islâmica. Ela permite identificar uma espiritualidade propriamente árabe a partir do que foi estabelecido em Meca e em Medina.

O Islã passou por diversas transformações: Maomé passou a pregar uma religião nova, que assumia um caráter estritamente árabe, com a adoção da Caaba em Meca como local de peregrinação, sendo isso, agora, um dever religioso. Com a tomada de Meca, a missão do Profeta encontrava-se virtualmente concluída. Ele havia trago aos povos pagãos da Arábia uma religião nova, muito superior ao paganismo devido a força de seu monoteísmo e suas doutrinas éticas. Maomé havia despertado e reacendido as forças latentes do expansionismo e do ressurgimento dos Árabes. Após a sua morte, a atividade do islamismo recrudesceu, e não entrou em colapso, demonstrando que a sua missão foi a resposta dada a uma grande insatisfação de ordem política, social e moral. A necessidade de uma religião mais elevada,  que tivesse fundamentos na ancestralidade árabe, fez com que o povo se unisse e formasse um imenso império teocrata.